Olá, jovem! Seja muito bem-vindo(a) à primeira temporada da nossa trilha de audiovisual. Aqui estudaremos e identificaremos os principais acontecimentos da história do cinema e como foi o desenvolvimento dele até os dias atuais. Entenderemos a importância da narrativa cinematográfica enquanto um elemento de compartilhamento de pensamentos, visões de mundo e culturas.
No contexto do audiovisual, é possível produzir materiais para diversas finalidades, como publicitárias, informacionais, culturais, sociais ou, até mesmo, de entretenimento.
Aprenderemos a utilizar os principais elementos do cinema de forma sinérgica e, assim, desenvolver boas estruturas narrativas. Dessa forma o espectador, ao assistir ao filme, sente-se imerso na história que é transmitida nas telas e pertencente a ela.
Ao estudarmos a evolução do cinema, compreendemos que o ser humano tem uma necessidade muito intensa de compartilhar histórias, a qual pode ser considerada inseparável da existência do homem na coletividade.
Uma peça audiovisual, quando bem estruturada, tem a capacidade de proporcionar ao receptor uma experiência que estimula diversas sensações e sentimentos, além de promover a empatia. É justamente a partir da sinestesia e da empatia que o espectador criará uma relação de sentido com o filme.
No decorrer do material, estudaremos como foi o surgimento do cinema, quais foram os principais cineastas que contribuíram para o desenvolvimento dele e quais foram as principais técnicas cinematográficas que elevaram a qualidade, e também a complexidade, das produções audiovisuais.
Estudaremos ainda o cenário contemporâneo do audiovisual, em que os indivíduos estão em constante contato com diversos tipos de produtos audiovisuais, e como esse fluxo intenso de conteúdos influencia, de maneira positiva e negativa, o estilo de vida moderno.
Antes mesmo do surgimentodo cinema, os homens pré-históricos já praticavam algumas atividades queremetiam ao contexto cinematográfico. Dentro das cavernas, em lugares dedifícil acesso e, até mesmo, perigosos, é possível encontrar pinturaspré-históricas com elementos de narrativa que remontam ao dia a dia do grupo,ou seja, registros de caça, crenças e da própria cultura do povo da época.
Nossos antepassados acreditavam que, quanto mais heroicos fossem os atos desenhados nas paredes das cavernas, mais farta seria a caça. Sendo assim, é possível identificar outro princípio básico do cinema, um recorte alterado da realidade. Ao acreditar que a realidade seria alterada a partir de um registro narrativo, pode-se compreender a presença de uma espécie de estrutura cinematográfica. Os desenhos e as pinturas contavam histórias e davam a ideia de movimento, a imagem era vista como algo sagrado, semelhantemente às religiões atuais (CHAVES, 1987).
O teatro de sombras chinês também é considerado uma forma de pré-cinema, ele é conhecido por utilizar bonecos e objetos entre uma fonte de luz intensa e uma tela com certa opacidade ou transparência. Essa disposição de elementos entre tela, objetos e fonte de luz faz que o espectador veja apenas os contornos (sombras) do objeto.
Nesse tipo de teatro, há a presença da estrutura narrativa com começo, meio, fim, personagens principais e conflitos a serem solucionados. Acredita-se que as fábulas contadas no teatro de sombras chinês trariam prosperidade a todos que assistissem a ela (BERNARDET, 2000).
O contexto dos pré-cinemas pode ser correlacionado com a filosofia. A partir dessa análise, é possível identificar que o mito da caverna, de Platão, faz uso dos mesmos princípios do teatro de sombras chinês. O mito de Platão faz profundas reflexões sobre como os seres humanos podem se libertar do mundo das sombras, em que os conceitos e as verdades são impostos a eles, para que se emancipem e vivam no mundo da luz, no qual os indivíduos, por conta própria, entrariam em contato com a verdade genuína e o mundo real (HARRIS, 1998).
Ao interpretar o mundo das sombras como verdades impostas aos humanos, Platão está, de certa forma, referindo-se ao cinema que temos hoje em dia. Um recorte alterado da realidade, exposto em uma sala escura com uma grande tela para retirar momentaneamente os espectadores da realidade e levá-los ao mundo da história.
Um filme tem como principais objetivos despertar a atenção dos receptores e, logo após, imergi-los no contexto narrativo em que se passa a história. Um dos elementos fundamentais para o envolvimento e a interação entre espectador e filme é a empatia. Por meio dela, o indivíduo se isola, mesmo que momentaneamente, da realidade e se transporta para o universo cinematográfico que é apresentado a ele.
Thomas Edison realizou outra criação fundamental para o cinema, o cinetoscópio. O aparelho consistia em uma caixa com filmes prontos, e o uso dele era individual. Para assistir a um filme, o espectador deveria pagar com uma moeda e, assim, o cinema ganha, pela primeira vez, certo caráter individual e passa a se alastrar, cada vez mais, pelas cidades (SABOYA, 1992). No final do século XIX, os irmãos Lumière realizaram, na França, os primeiros experimentos utilizando um filme cinematográfico.
Thomas Edison transmitiu os primeiros filmes no estúdio particular dele. Edison, o mesmo inventor da lâmpada elétrica incandescente, foi o grande responsável por desenvolver os furos (garras) presentes nos filmes para que fosse possível rotacioná-los dentro da câmera (KEMP, 2011).
Thomas Edison também foi o criador da câmera cinematográfica, o inventor realizou uma adaptação de uma máquina de costura. Ao analisarmos o contexto da invenção da câmera cinematográfica, é possível afirmar que o cinema é fruto da Revolução Industrial, na qual as máquinas possibilitaram novos produtos e criações.
George Méliès, diretor de cinema francês e um dos maiores nomes da história do cinema, estreou o filme “Viagem à Lua”. O trabalho de Méliès deu origem a um novo segmento cinematográfico, a fantasia. Foi com essa produção que os efeitos especiais foram inaugurados no cinema, “Viagem à Lua” também registrou a primeira tentativa de movimento de câmera, o zoom in.
O cinema como conhecemos nos dias atuais é o resultado de diversos experimentos, estudos e pesquisas que buscam sempre melhorar a experiência cinematográfica e o compartilhamento das técnicas narrativas. Uma das principais características do mundo moderno é a utilização da tecnologia, assim como dos conteúdos multimídias e audiovisuais para diversas finalidades (GOODRIDGE, 2012).
Desde quando acordamos, estamos em contato com produtos audiovisuais, seja para entretenimento, seja para trabalho, seja para estudo. Isso é um reflexo do poder do cinema e do vídeo, os filmes ultrapassaram os limites das salas de cinema e expandiram-se para outros diversos dispositivos, como computadores, tablets, televisores e smartphones.
Atualmente, o cinema é um mercado extremamente rentável e repleto de inovações. Os produtos audiovisuais são capazes de influenciar comportamentos, culturas, estruturas sociais e, até mesmo, determinadas formas de trabalho (KEMP, 2011).
Ações e expressões das sociedades antigas que, de maneira direta e indireta, podem ser relacionadas com a estrutura técnica e narrativa do cinema que temos hoje.
Não é possível creditar o cinema a apenas um criador, mas, dentre os principais, estão os irmãos Lumière. Eles foram fundamentais para o surgimento e o desenvolvimento do cinema e também foram grande influência para novas descobertas e experimentos cinematográficos.
Foi o grande responsável pelo início da fantasia no cinema. As narrativas e técnicas cinematográficas dele exploravam o aspecto onírico, como lendas, mitos e histórias clássicas.
A Montagem Russa foi um movimento revolucionário para a história do cinema. Devido à falta de película cinematográfica, os cineastas russos realizaram diversos experimentos para suprir essa necessidade. Isso resultou em novas técnicas de filmagem e novas perspectivas de montagem cinematográfica.
Nos primeiros anos da década de 1920, os estúdios de cinema tiveram um período de grande desenvolvimento, e a famosa “fábrica de sonhos” passou a mostrar o cinema como uma forma de arte que promove o entretenimento e a rentabilidade econômica.
O movimento cinematográfico do Expressionismo Alemão surgiu no início dos anos 1920. Assim como nas artes plásticas, o Expressionismo Alemão trabalhou a subjetividade do mundo e as angústias da existência humana. Com isso, os filmes apresentavam atmosferas de terror, medo e apreensão.
Em 1927, o filme “O cantor de jazz”, do diretor Alan Crosland, trouxe o diálogo na indústria cinematográfica, o que enriqueceu a estrutura narrativa e aumentou a percepção de imersão dos espectadores.
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A história do cinema mostra que a sétima arte dialoga com a vida real e, ao mesmo tempo, cria recortes alterados da realidade. Cada movimento cinematográfico possui características próprias e, de maneira direta e indireta, reflete os principais acontecimentos históricos e costumes sociais da época. Com base no que foi estudado, discorra sobre as principais características dos filmes produzidos pelos irmãos Lumière.
Título: O livro do cinema
Autor: Vários autores
Editora: Globo Livros
Sinopse: será que Chinatown realmente subverteu o gênero noir? Quais foram os efeitos causados pelo roteiro fragmentado de “Pulp Fiction”? Como os múltiplos pontos de vista afetam a noção de realidade em “Rashomon”? Ao exibir os melhores filmes de todos os tempos, esse livro responde a essas questões e tantas outras enquanto traz um panorama do mundo do cinema. Escrito em linguagem simples e recheado de imagens icônicas dos filmes, além de pôsteres e infográficos, “O livro do cinema” explora os personagens, diretores, roteiros e temas-chave de mais de cem dos maiores filmes já feitos.
Título: Viagem à Lua
Direção: George Méliès
Ano: 1902
Sinopse: o professor Barbenfouillis (Georges Méliès) convence os colegas a participarem de uma viagem de exploração à Lua. Eles partem em uma nave que aterrissa no olho direito da Lua. Lá eles encontram habitantes hostis que os levam ao rei deles. Os terráqueos conseguem fugir quando descobrem que os inimigos viram fumaça a um simples toque de guarda-chuva.
Título: A chegada de um trem na estação
Ano: 1895
Sinopse: mostra a entrada de um comboio puxado por uma locomotiva a vapor em uma estação de trem na cidade costeira francesa de La Ciotat. Como a maioria dos primeiros filmes de Lumière, consiste numa visão única, ilustrando um aspecto da vida cotidiana.
Título: O nascimento de uma nação
Ano: 1915
Sinopse: dois irmãos da família Stoneman visitam os Cameron em Piedmont, Carolina do Sul. Essa amizade é afetada com a guerra civil, pois os Cameron se alistam no exército confederado enquanto os Stoneman se unem às forças da União.
Título: Um homem com uma câmera na mão
Sinopse: o filme não retrata nenhuma história, apenas, como diz o título, é um homem com uma câmera em mãos. Ele registra o dia a dia, a cidade em movimento, tudo que vai aparecendo na frente dele. Ele retrata a câmera como o próprio olho, tudo o que ele vê ele registra. As imagens possibilitam inúmeras associações.
A CHEGADA de um trem à estação. IMDb, [2022]. Disponível em: https://imdb.to/3fHmNBy. Acesso em: 1º nov. 2022.
ARAÚJO, G. C. C. de. “Le Voyage Dans la Lune” e os devaneios selênicos da pulsão industrial. (En)cena, 2015. Disponível em: https://bit.ly/3UiFuKQ. Acesso em: 1º nov. 2022.
CHAVES, A. Cinema, TV, publicidade cinematográfica. São Paulo: Leud, 1987.
DUQUE, F. Crítica: O nascimento de uma nação [1915]. Vertentes do cinema, 2013. Disponível em: https://bit.ly/3t7qnIj. Acesso em: 1º nov. 2022.
GOODRIDGE, M. Film craft directing. Lewes: Ilex, 2012.
HARRIS, W. On câmera: o curso de produção do filme e vídeo da BBC. 5. ed. São Paulo: Summus, 1998.
KEMP, P. Tudo sobre cinema. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.
O LIVRO do cinema. Amazon, [2022]. Disponível em: https://amzn.to/3NImxiq. Acesso em: 1º nov. 2022.
PRYSTHON. “O homem com a câmera na mão”, por Débora Bittencourt. Vitascópio, 2011. Disponível em: http://vitascopio-prysthon.blogspot.com/2011/04/o-homem-com-camera-na-mao-por-debora.html. Acesso em: 1º nov. 2022.
SABOYA, J. Manual do autor roteirista: 20 técnicas de improvisação para TV. Rio de Janeiro: Record, 1992.